DESIGN THINKING E GESTÃO DE PROJETOS

DESIGN THINKING E GESTÃO DE PROJETOS: EMPATIA, COLABORAÇÃO E EXPERIMENTAÇÃO NAS EMPRESAS

O que lhe vem à mente ao ouvir a palavra inovação?

Talvez os grandes inventores da história, diretamente responsáveis pela evolução tecnológica, econômica e/ou sociocultural da humanidade. É provável que se lembre também das criações deles, recursos funcionais e criativos para o nosso cotidiano. Ou ainda, associe imediatamente a ideia de inovar aos empreendedores mais audaciosos da atualidade, responsáveis pela criação de startups, com produtos, serviços e modelos de negócios exponenciais.

A adoção de ideias criativas é fundamental para o sucesso do empreendedor que deseja ser fora de série. Buscar o inovador, o surpreendente, faz com que o extraordinário seja adotado como filosofia de seu negócio, surpreendendo seu público com a oferta do “algo a mais” e gerando para sua empresa uma imagem única.

Contudo, a concepção de inovação pode ser muito mais simples: trata-se de analisar um problema atual e oferecer um recurso para resolvê-lo, seja por meio de um produto, um serviço ou um modelo de negócio. O ineditismo característico do que é inovador se justifica pelo fato de que ninguém anteriormente pensou em uma solução para a problemática analisada. No entanto, só ser inédito não faz com que algo seja, de fato, inovador.

Temos muitos exemplos de invenções que, por conta de não apresentarem um apelo mercadológico, não se tornam efetivamente inovações. E não é só no sentido de não serem vendáveis mas, sobretudo, desejáveis. A “desejabilidade” é um dos quesitos fundamentais para quando se lida com a inovação e distingue um produto ou serviço com pouca demanda daquele que é muito procurado, a partir do desejo de consumo dos indivíduos.

Além da “desejabilidade”, um produto ou serviço inovador tem de ser tecnicamente possível, isto é, deve apresentar praticabilidade. As técnicas a serem empregadas em sua produção, bem como os recursos materiais e humanos, devem ser condizentes com o que se possui no mercado atual – ou então, cabe a criação dos recursos, desde que esta possibilidade seja efetivada em um curto prazo.

Da mesma forma, faz parte da inovação a viabilidade, isto é, o produto, serviço ou modelo de negócio deve ser financeiramente viável para o empreendedor. Não é possível, neste sentido, trabalhar exclusivamente com a “desejabilidade” e/ou a praticabilidade, obtendo um alto desejo de consumo, com recursos materiais e humanos disponíveis, mas ter de arcar com um custo acima do esperado.

Considerando-se que você obtenha o equilíbrio entre estes três fatores, ainda assim sua atuação enquanto inovador(a) não estará garantida. Um outro elemento fundamental para quem deseja ser verdadeiramente inovador é trabalhar com a empatia – isto é, colocar-se efetivamente no lugar do outro, em função de descobrir as necessidades alheias e, então, solucioná-las.

Esta ação é possibilitada, junto à colaboração das equipes e à experimentação, por meio das ferramentas presentes na abordagem conhecida como Design Thinking. Diante das concepções em que se baseiam as empresas “disruptivas”, o Design Thinking pode ser definido como um conjunto de técnicas e recursos valiosos para o direcionamento em grupo do pensamento criativo.

A abordagem propõe uma transformação aos empreendedores, enquanto gestores de empresas que desejam se diferenciar das tradicionais: em vez de gerar ofertas para fomentar o desejo de consumo, dar prioridade à análise das necessidades dos consumidores, criando produtos e serviços verdadeiramente desejados, superando suas expectativas.

A princípio, são três as etapas que fazem parte da efetivação do Design Thinking:

1)       Inspiração

2)       Ideação

3)       Implementação

A Inspiração é constituída pelas fases de Empatia e Definição. A Empatia se inicia com a identificação das características de um grupo específico, para que então sejam reconhecidos os problemas que enfrenta.

Como recursos de Design Thinking na Inspiração, podem ser empregados a “Definição de Persona” – com uma série de questionamentos que auxiliam na definição de um personagem, a partir do perfil dos públicos – e o “Mapa de Empatia” – que permite a contextualização em que se inserem.

Na etapa da Ideação, temos as fases de Ideação e Prototipação. É efetivada a combinação de ideias, em prol da determinação dos detalhes do projeto, das características que irão determinar sua disrupção, seu pioneirismo, bem como sua viabilidade, sua praticabilidade e sua desejabilidade.

Como instrumentos, pode ser utilizado o brainstorming, com a devida estruturação das ideias por meio de mapa mental e a “Jornada do Usuário”, uma simulação do uso do produto ou serviço a ser criado, em todas as suas etapas mais relevantes. Daí o projeto inovador pode ser testado pelos públicos, quantas vezes forem necessárias.

Para que sejam feitos os testes, em função de confirmar se a solução criada cumpre seu papel, é criado então um protótipo. Este pode ainda ser entregue no formato de MVP (Minimum Viable Product – “Produto Mínimo Viável”). É uma versão de demonstração, elaborada com o mínimo de recursos materiais, mas com todas as (ou a maioria das) funções que se pretende oferecer.

A partir do protótipo ou MVP é que se efetiva a Prototipação e a última fase, a de Teste, partindo-se para a etapa do Design Thinking de Implementação. Esta é a parte mais importante do método, pois com a experimentação dos clientes é que serão analisados os feedbacks e possíveis melhorias, em relação ao resultado do projeto elaborado, a partir das demandas dos que podem apoiar sua ideia e adquiri-la.

Uma empresa pode, portanto, se utilizar do Design Thinking como ciclo de produção criativa. Isto porque, a partir dos testes realizados, a empresa se mantém atenta às mudanças necessárias, oferecendo o melhor a seus públicos, a fim de que sejam criados projetos inovadores e, com isso, a ampliação de sua atuação seja algo constante.

Nesse sentido, com base no Design Thinking, você compreende a importância das empresas “disruptivas” para tornar o mercado cada vez mais competitivo e revolucionário? E acredita estar apto para desenvolver um projeto inovador com base nesta abordagem e em seus recursos? Experimente então, na gestão de sua empresa, as possibilidades que a empatia, a colaboração e a experimentação do Design Thinking podem proporcionar.

DESIGN THINKING E GESTÃO DE PROJETOS
Cadu Damian

Professor, Mentor pela Associação Brasileira de Mentores de Negócios, Agente de Inovação, Tutor, Conteudista e Especialista em Design Thinking.

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