Inteligência emocional para empreendedores
Introdução Empreendedora
Pensar em empreendedorismo é trazer à tona emoções que envolvem paixão, impulso, inovação, risco e intuição, como afirma Chiavenato em seu livro “Dando Asas ao Espírito Empreendedor”. São pessoas que aprendem a transformar os seus sonhos em realidade, abraçando as oportunidades ou as criando em ações decisivas com metas e objetivos focados em resultados concretos, ofertando produtos ou serviços.
É perceptível um espírito empreendedor, ele é inquieto, desejoso por autonomia, independência e de fazer acontecer, cheio de determinação e coragem, visualizando os seus erros como aprendizados para eventualidades futuras. Todo esse espírito empreendedor baseado em sua emoção sobressai muita das vezes a razão, por isso é tão natural escutar histórias de grandes empreendedores que ficaram milionários do zero e até mesmo enfrentaram desafios como a falência, e mesmo assim não desistiram dos seus sonhos, como por exemplo: Geraldo Rufino, Antônio Saraiva (Habib’s) e Luiza Trajano (Magazine Luiza). O diferencial nesta jornada empreendedora é o interesse em aprender com as experiências, trazendo maior maturidade, abrindo espaço para a racionalidade balancear a razão versus emoção.
Quando o empreendedor decide observar com maior racionalidade o seu objetivo, é possível identificar ações que foram sendo desenvolvidas no passado para traçar um plano de negócio mais assertivo. Para identificar tais ações e quais atividades revelaram as suas competências e potenciais internos, é necessário ter autoconhecimento, uma das ferramentas mais importantes e responsáveis por identificar quais atividades estão alinhadas com seus propósitos, assim como as que não correspondem com seu perfil profissional.
O autoconhecimento sendo o responsável por desenvolver um nível de consciência, ou seja, a razão, é possível identificar as áreas que correspondem ao estilo de vida deste empreendedor e como está o seu equilíbrio interior, dentre eles: a saúde, o financeiro, o relacionamento, a espiritualidade e o físico.
Neste artigo, vamos focar na temática que acreditamos ser um pilar central para se trabalhar com este empreendedor. A sua inteligência emocional, que contribui beneficamente para o desenvolvimento das suas relações interpessoais.
Entendendo a inteligência emocional
Inteligência emocional é uma habilidade que consiste na capacidade de identificar e gerenciar as próprias emoções e as emoções das pessoas que nos rodeiam, e, como qualquer outra, ela pode e deve ser desenvolvida por todos.
De acordo com o biólogo Charles Darwin, primeiro estudioso a dissertar sobre o tema, inteligência emocional era algo necessário para sobrevivência e adaptação humana. Com o passar dos anos, muitos outros cientistas e pesquisadores focaram seus estudos neste conceito, dentre eles o psicólogo Daniel Goleman, que ficou conhecido como o pai da inteligência emocional. Seus estudos na área foram de extrema relevância para que pudéssemos ter um melhor entendimento sobre a importância da inteligência emocional.
Falando de maneira metafórica, também podemos dizer que a inteligência emocional é a capacidade que o indivíduo tem de utilizar os dois hemisférios do seu cérebro, o esquerdo e o direito. O hemisfério esquerdo é cognitivo e está relacionado com fatos e dados, lógica, detalhes e organização. Já o hemisfério direito é sentimental e está ligado com a intuição, percepção, o abstrato e subjetivo.
Saber lidar com as emoções é um desafio em todas as áreas da existência humana, no trabalho, nas relações familiares, sociais e com todas as pessoas que fazem parte da nossa vida. Por isso, é importante compreendê-las, para que se possa agir adequadamente a fim de evitar consequências negativas.
Ao desenvolver essa habilidade, o indivíduo adquire a capacidade de perceber e exprimir a emoção; assimilá-la ao pensamento; compreender, raciocinar e saber regulá-la em si próprio e nos outros.
Alguns estudos mostram que existem mais de 27 emoções, enquanto outros abrem um leque para quase 50. Aqui, podemos citar as 5 emoções básicas: Medo, Raiva, Alegria, Tristeza e Nojo.
Todo ser humano, diariamente, toma decisões baseadas em emoções. Quando se compreende as emoções envolvidas, especialmente no trabalho em equipe ou nas relações profissionais por exemplo, os envolvidos adquirem maior facilidade para lidar com as diferenças interculturais e globais, melhorando assim a qualidade das relações e interação das emoções, bem como a forma que são expressas.
A profundidade do desenvolvimento da inteligência emocional depende de cada pessoa, do tempo, do interesse e da disposição em compreender seus limites, gatilhos mentais, origem de crenças, traumas e limitações que causam os desequilíbrios emocionais. Compreender a origem das emoções é o primeiro passo para resolver conflitos internos, destravar bloqueios, melhorar a relação com o próximo e viver uma vida saudável em todos os sentidos.
A inteligência emocional no empreendedorismo
Estar à frente de um negócio exige uma combinação de competências técnicas e comportamentais. A forma como o empreendedor lida com as inúmeras situações do cotidiano determina se ele será bem-sucedido ou não.
Diante das tantas mudanças que acontecem constantemente no mercado, tornando o mundo dos negócios cada vez mais acirrado, a capacidade de inovação e aprendizado constante para manter a competitividade exigem do empreendedor o desenvolvimento de competências comportamentais, dentre elas a inteligência emocional.
Você sabia que todo negócio é influenciado pelas emoções?
Isso porque a idealização de um negócio nasce na mente de pessoas, é feita por pessoas e para pessoas. E pessoas são movidas por sentimentos, necessidades e desejos.
Quando o empreendedor não entende o que sente, ele não consegue ter empatia, não tem o controle das suas reações e dificilmente tem a clareza necessária para resolver os problemas, o que pode resultar em hostilidade, iniquidade, ressentimentos, entre outros sentimentos que prejudicam significativamente o clima organizacional e a experiência do cliente.
Quando analisamos a inteligência emocional no contexto do empreendedorismo, percebemos que as lideranças com essa competência são mais abertas para ouvir os seus colaboradores e compreender como eles se sentem, conquistando confiança, respeito, engajamento e comprometimento.
Na relação com o cliente, a inteligência emocional propicia um relacionamento mais humano, pois quando o ele tem um atendimento que atende às suas expectativas ou até mesmo as supere, a tendência é que ele fique satisfeito, realize a compra, volte a fazer negócios com a empresa e a indique para seus amigos, e familiares.
O empreendedor que desenvolve Inteligência Emocional e trabalha essa habilidade na sua equipe, certamente terá melhores resultados nas suas tomadas de decisões e poderá empreender com qualidade de vida.
Dicas para desenvolver inteligência emocional empreendedora
1) Observe seus comportamentos e saiba quais são seus gatilhos;
2) Desenvolva o relacionamento interpessoal;
3) Pratique a escuta ativa;
4) Exercite a empatia;
5) Controle a ansiedade;
6) Aprenda com os feedbacks;
7) Desenvolva um ambiente de trabalho saudável;
8) Treine a Soft Skills de Inteligência Emocional na sua equipe com frequência.
Para desenvolver a inteligência emocional empreendedora é necessário olhar para si, ter autoconhecimento, o que, além de contribuir para identificação própria, é um dos responsáveis pela melhoria nas relações interpessoais, fortalecendo a automotivação, a autoconfiança e a autoestima.
Investir em autoconhecimento permite melhor controle sobre as suas emoções e atitudes, sejam elas na vida pessoal ou profissional.